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Depois de 3 discos que passaram totalmente ao lado da crítica nacional, eis que surge em 2008 IV, o álbum que coloca o pastor de São Domingos de Benfica nas bocas de um país sedento de canções, canções alegremente ricas em Rock'n'Roll, Pop e até Folclore, nunca fugindo às suas raízes bem lusitanas. Considerado por Luís Maio o António Variações dos anos 00, Tiago Cavaco encontra na música saudavelmente ingénua e no sarcasmo lírico um escape a um mundo que nunca o entendera até então, e como ele próprio ironiza em "Ouço Chamar O Meu Nome", "...Não serei compreendido durante a vida, duvido que o seja depois da morte."
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Mas Tiago Guillul faz questão de não esquecer o homem que é na música que faz. E V é um disco que, se musicalmente procura atingir caminhos nunca antes visitados desta forma, nas ideias e relação com a sua identidade, mantém-se fiel a quem não deixou de ser.
Na música, V é um espaço de vibrante entusiasmo pela descoberta, não apenas do poder da memória (que pode ser um estímulo se, como aqui, comunica com o presente em vez de se esgotar naquele tão estafado lusitanismo “ai no meu tempo é que era”…) como da vontade em explorar as potencialidades do trabalho com um outro estúdio e uma outro patamar na demanda de uma nova definição final das formas.
As canções respiram luminosidade, África, melodismo irresistível… Convocam ecos de reconhecidas heranças da melhor pop à la portuguesa, de Variações aos GNR (dos oitentas), inclusivamente com Rui Reininho em brilhante participação em Nabucodonosor.
Nas ideias, V é, sem espaço para equívocos, um disco… de Tiago Guillul. Concordando ou não com a sua forma de estar no mundo e de o comentar, o certo é que tudo aqui é coerente, seja quando se aborda o mundo político (como em Canção para o Doutor Soares) ou quando se reflecte sobre as histórias das escrituras e os caminhos da fé.
No fim, Tiago Guillul apresenta em V um dos melhores discos do “pópe roque” português do pós-milénio.
2 comentários:
IV
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V
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o gajo é mesmo original...
;)
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