Férias...

... precisam-se urgentemente!!!

The Dark Night


Esta vai ser com certeza uma das mais difíceis “análises”… sim, porque as críticas, essas eu deixo-as para os presumíveis “experts” na matéria…

E complicada, porque talvez ainda seja demasiado prematuro tecer qualquer tipo de juízos sobre o filme, excepto, é claro, sobre a memorável interpretação de Heath Ledger…

No entanto devo confessar uma coisa. Muito se falou e propagandeou (eu inclusive) sobre as elevadas expectativas e entusiasmo em torno de TDK. Outra coisa não seria de esperar quando um conjunto de tão fortes ingredientes emerge no mesmo projecto: um brilhante realizador e argumentista; um elenco fantástico dominado pela póstuma aparição de Heath Ledger; uma produção e marketing colossais; uma prequela fantástica intitulada de Batman Begins.

Portanto, a pergunta que se ergue em primeiro lugar deverá recair sobre o facto que intenta descobrir se, na verdade, as expectativas serão (em conformidade com o que ocorreu no “states”) ou não ultrapassadas?

Se querem realmente saber a minha opinião, então, sem papas na língua e com algum sabor amargo (para não dizer desolador), digo que… NÃO!!!

A não ser que vos tenha escapado o visionamento de Batman Begins (pelo menos com olhinhos de ver) ou afirmem a pés juntos que Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull é um dos melhores filmes do ano (quiçá um dos melhores filmes de acção de últimos tempos) é que sairão da sala de cinema com a sensação perplexa que assistiram a obra-prima revolucionária, senão transcendental…

Se existe algo de transcendental no filme, é legítimo dizer (e nunca será entediante reforçá-lo) que isso se deve aos esporádicos instantes em que Joker toma conta das rédeas da acção.

Não quero dizer com isto, que estamos diante um mau filme, antes pelo contrário. As grandes expectativas e mais do que isso, o seu antecessor, é que elevaram a fasquia, provavelmente a um nível demasiado alto de ser escalado por uma adaptação de banda de desenhada ao cinema… e os irmãos Nolan, até que nem se pouparam em esforços para que esta sequela não se cingisse a uma mera adaptação.
No entanto, ao contrário de Batman Begins, parece que algo falta a TDK, e essa falha talvez encontre justificação numa elementar palavra: profundidade. Ou seja, um maior desenvolvimento das personagens, do qual nem a grande interpretação de Heath Ledger no papel do caótico Joker se vê livre, não existindo qualquer referência (a não ser uma ou outra hipotética história) sobre o seu passado e motivações, que permanecem um tremendo mistério. Acreditar em personagens que surgem do nada, e esperar que estas sejam credíveis é exigir demasiado, e quem perde mais com isso é a nossa experiência como espectadores.

Em Batman Begins acontece precisamente o oposto. Existe um passado, um presente e um futuro… nada escapa, nem falha (a não ser a precipitada sobrevalorização dos vilões) tudo é metódico, razão pelo qual nos conseguimos facilmente identificar com a história, fazendo-nos crer que o mundo ficcionado apresentado é na realidade verosímil. O todo é muito mais que a soma das partes, e o filme flui num só fio condutor.

De forma inversa, TDK parece dar mais importância à soma das partes e como consequência, não se incumbe de “colar” o amontoado de peripécias que preconiza.

E quanto à dissecção do filme fico-me por aqui, tanto que já disse mais do que tencionava regurgitar… talvez após uma segunda ida ao cinema (agora sem o efeito manipulador das expectativas) acrescente mais alguns pormenores e consiga até apreciar toda aquela "confusão" para o qual somos atirados.

O que na realidade me dá ganas e se torna irresistível de divulgar ao mundo (ainda que não seja novidade para ninguém) é a força motriz e demente no qual Heath Ledger se transfigura… a verdadeira definição de compromisso que “salva” o filme…

O seu retrato do Joker é, sem qualquer dúvida, uma das maiores criações cinematográficas em termos de interpretação.

E, com o seu trágico falecimento, parece que outra camada de misticismo se deposita num papel que, por si só, já era lendário. Este Joker é um “biótipo” completamente distinto do de Jack Nicholson’s, muito mais complexo e icónico que o palhaço dançarino do universo de Tim Burton.

Os ticks e gestos psicóticos são qualquer coisa de perturbador e o sadismo babujado parece não ter limites… pudera, não ter evitado o recurso a anti-depressivos.

Se juntarmos a isto um riso insano e psicadélico, uns quantos truques de ilusionismo (a par com o interrogatório, um dos melhores momentos do filme) e deixas inolvidáveis (cada uma delas um instantâneo clássico) obtemos um dos vilões mais assustadores e perturbadores alguma vez vistos na tela de cinema.
Certo é, por mais que os adjectivos e discrições expressados sejam fiéis ao personagem, nenhum deles retrata divinamente a superabundância de engenho que Heath Ledger imana. Só vendo para crer…

E porquê? Por mais que afirmem que o filme se encontra repleto de excelentes participações e representações (de fazer inveja a filmes como Ocean's Eleven), nenhuma delas, se aproxima sequer às de Joker. Nós olhamos para Bruce Wayne e descortinamos Cristian Bale, olhamos para Alfred Pennyworth e descobrimos Michael Caine… chegada a vez Joker, por mais que tentemos, nada vemos a não ser o próprio Joker. Heath Ledger é completamente irreconhecível. Ele não interpreta o papel de Joker, ele é o Joker.

Em Brokeback Mountain já nos tinha demonstrado que era capaz de poderosas performances, mas só depois de ver este filme é que nos apercebemos do real significado da sua perda. Não só não era apenas um dos maiores talentos da sua geração, como provavelmente o maior de todos eles.

Ganhe o Óscar ou não (será que é assim tão importante???) Heath Ledger será eternamente recordado.

A ver vamos o que nos reserva os escassos 1/4 de fita de The Imaginarium of Doctor Parnassus que ainda foi a tempo de filmar.

And Here...We...GO!!!


E eis que a sofredora espera finalmente termina. Por estas bandas já desde o início deste ano se proclama a vinda desta data e consequentemente, a cada dia que passava, a ânsia de botar os olhinhos nesta película tornava-se cada vez mais crítica.

Assim sendo, caso ainda hoje consiga colocar as mãos nuns dos poucos e piedosamente cobiçados bilhetes que restam para a estreia, nada, nem ninguém, me impedirá de pôr fim nesta tortuosa espera e contemplar a minha adoração pela 7ª arte, com o visionamento duma das obras cinematográficas mais significantes dos últimos tempos.

No entanto, devo chegar a pessoas a mim próximas, que o convite feito este fim-de-semana passado sem mantém de pé, ou não fosse este um filme para ver mais que uma vez no grande ecrã.

Portanto, a ver vamos se tenho sorte, nem que para isso, tenha que ser arremessado para a última sessão.

The Curious Case of Benjamin Button

Enquanto não estreia o magnífico The Dark Night, fiquemo-nos com o trailer daquele que, ou muito me engano, será o maior rival do cavaleiro das trevas ao troféu de melhor filme de 2008. De um lado temos Christopher Nolan, Christian Bale e Heath Ledger. Do outro, David Fincher, Brad Pitt e Cate Blanchett. Duelos à parte, tanto que estes pouco ou nenhum interesse têm, certo é que tanto o Verão como o Inverno deste ano, serão galanteados com duas obras inesquecíveis.

"I was born under unusual circumstances."

See, to them, you're just a freak... like me!


"An outstanding achievement in pulp cinema that will leave every single last audience member soaked in sweat, wishing it would never end. Heath Ledger isn't as good as the hype surrounding his performance, he is above it and better than any single quote that has whored his name."

já só faltam 3 dias...