ATENÇÃO: Esta crónica contém linguagem adulta e, a qualquer instante, poderá ser adicionado algum tipo de imagem não menos obscena. Depois não venham dizer que eu não avisei!
Há uma nova expressão que anda na boca do mundo e arrisca mesmo destronar do top a célebre "bichos ná con*!”, um dos principais rótulos da marca Stannar.
Para mim, se existe uma forma ideal de relaxar no final do dia essa é, sem dúvida, sentado numa cadeira bem acolchoada e de olhos focados no ecrã do computador a vaguear pelo ciberespaço. É um ritual que exerce na minha pessoa um efeito imensamente magnetizante, uma enfermidade que, tal e qual o sonambulismo, não deve ser perturbada por nenhuma circunstância. No entanto, ao contrário do que seria supor, várias são as tentativas, com ou sem intenção, para que este meu vício seja destronado.
Mas, outro dia, esta praga atingiu uma proporção desesperante ao ponto de inspirar a minha vertente linguística mais primitiva a produzir um desabafo que irá certamente, num futuro próximo, constar do restrito registo das citações mais prazenteiras alguma vez proclamadas.
Estava eu imerso numa importantíssima descoberta sobre o mundo da 7ª arte (a minha second life), acerca do filme “Hobbit” e do facto de finalmente ter-se dado início à sua fase de produção, quando uma voz tímida e de origem irreconhecível (tal era a minha concentração na tarefa em causa!) perguntou-me o que almejava lanchar. À medida que o tempo passava, esse mesmo som laríngeo insistia, tornando-se cada vez mais audível. Apesar de ser ligeiramente inquietante, mantinha-se a um nível tolerável, sem revelar genica suficiente para me desconcentrar.
Assim, mantive-me indiferente sem sequer reflectir sobre, por alma de quem, era tão importante e urgente saber o que eu queria comer naquela altura do dia.
Prossegui a pesquisa, devorando tudo o que havia para devorar (excepto o tal lanche!!!), pois o assunto assim o exigia. Quase no final, vi-me confrontado com a desgostosa e nauseante notícia que este filme não iria ser realizado por Peter Jackson (tal como acontecera com a trilogia de “O Senhor dos Anéis”), mas sim por Ghillermo del Toro! Os fãs deste universo fictício facilmente compreenderão o quão difícil foi digerir este indignação, ao ponto de num ápice sentir uma desconcertante vontade de vomitar e perguntar ao mundo porquê! MAS PORQUÊ???
Foi então que a tal voz regressou, agora com mais força do que nunca, e, num tom doentio e incomodativo, repetiu mais de dez vezes:
- Queres pão com quê? Queres com pão com quê?....
Estaria a minha mente a pregar-me alguma partida, sendo a voz um produto do meu imaginário com o intuito de me resgatar dum penoso e infame pesadelo cinematográfico?
Infelizmente, não!!!
Como se não bastasse ter de suportar a impensável notícia de ver Peter Jackson dissociado de um projecto que deveria ser seu por mérito próprio, agora via-me confrontado com algo mais constrangedor e bem real, que alimentava ainda mais a revolta e intensa angústia que cresciam dentro de mim.
Eu tremia, coçava-me, contorcia-me para resistir impávido e manter-me concentrado na leitura da escandalosa novidade, mas a voz não desistia e o ritmo das suas palavras acelerava a cada segundo! Com os cabelos em pé e com as unhas já encravadas na secretária, alguma coisa teria que ser feita para pôr termo a uma situação que ameaçava levar-me de encontro à insanidade e, num acto espontâneo, virei-me na direcção da fonte sonora e gritei:
- Olha f***-se! Quero pão com CÁRÁLHÚ!
A este meu vociferar seguiu-se um recompensador momento, um quase silêncio profundo, não fosse o eco arranhado álhu! álhu! álhu! ainda perdurar entre as paredes. Assustada e ligeiramente atónica com o sucedido, a voz parecia surpreendida e retraiu-se.
Mas foi sol de pouca dura!
Mal se apercebeu do ridículo vivenciado, soltou uma gargalhada, pondo-se agora a imitar incessantemente esta impetuosa confissão! A reacção foi tão inesperada e castiça que, quando dei por mim, encontrava-me, de igual forma, a desfrutar daquele episódico instante que, de boca em boca, se está a tornar num êxito difícil de resistir!
Fim
6 comentários:
HAAHAHHAHAHHAHAHA
Pepezito... Um bem hajas pela gargalhada estrondosa que me fizeste soltar agora!!
E olha que eu não ando para risadas!!!
Ai Pai do Céu, que morro de riso!!
Está demais!!!
E já agora... Essa voz tímida... era a dela?? Coitadinha da minha amiguxa!!!!
Pepezito, deus te pague este momento de espectacular leitura!!
tenho de te fazer um post, caramba, isto é digno de ser lido por gentes que gostem de gargalhar!!! ahahaha
Porque vindo de ti, sei que é inofensivo!!! apesar de te entender os nervos!!!!
Beijoco grande!!
Lisa
Oh Pepezito... Agora ocorreu-me que assim de repente, te deve ter apetecido algo tão simples como um pão com chouriço, certo??
ahahhaahhaha
Beijos da Lisa!
ahahhahahahahahahaha
Pepezito, muito bom!!
É isto mesmo que caracteriza um grande artista... Estamos perante verdadeira arte, na sua forma mais pura, mais espontânea. E eu posso gabar-me de ter presenciado, há bem pouco tempo, mais um momento de profunda criatividade e genialidade. Vou mais longe e arrisco em dizer que talvez tenhas superado essa já tão famosa expressão artística "Olha f***-se! Quero pão com CÁRÁLHÚ!".
Aconteceu numa tertúlia de amigos, em que se debatiam importantes questões filosóficas e outros temas de cariz existencial. Foi então que tudo parou quando de repente tu, meu bom amigo, nos brindaste com o mais elevado grau de potência intelectual e dizes: “ Vê lá se queres que te enfie mas é a cabeça num balde de m****”!! Lindo! Não tenho palavras para exprimir a emoção que senti naquele momento...
Continua assim e estarás na próxima votação para os “ Grandes Portugueses”! Ehehe
Beijinhos
Carla
Ta muito giro mas diz-me.. Quereres pão com CAR*LHU nao te faz um pouco gayzola?...
Ficava melhor um: "Quero pão com MERD*" que embora seja mais nojento nao te retirava a masculinidade...
Bicos para ti shibo..
Ir ao Caralho:
http://en.wikipedia.org/wiki/Caralho
Sempre a aprender..
Pois deixem-me que vos diga:
- álhu! álhu!álhu!...
Isto é apenas a ponta do iceberg...
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